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PORQUE NOSSO FUTURO PODE SER INCERTO ?

No último final de semana, estava eu lá, reflexiva, tomando o meu "cafezinho urbano" (adooooro...!), no centro da cidade, quando sem querer notei
uma jovem senhora, com seu filhinho (lindo por sinal) de aproximadamente uns 5 aninhos. ele, muito falante, fazia muitas perguntas e ela distraida
e pensativa... e de boca cheia, não dava atenção, ao que o garotinho perguntava. Por vezes, o repreendeu e o ordenou que calasse a boca. Aquilo me
encomodou muito, decidi pagar a conta e sair dali, já que eu não tinha nada que me meter na conversa. Porém, coincidentemente, a jovem e o garotinho
passaram na minha frente, pela calçada da rua, sem querer (juro), notei que a jovem decidiu comer uma barra de chocolate, deu uma parte da
guloseima ao garoto e tranquilamente, jogou a embalagem no chão, ali mesmo, próximo a uma lixeira...(Puxa ! que mal exemplo !)
O garotinho voltou, pegou o papel e correu, para jogá-lo na lixeirinha. A mãe gritou:
"VEM CÁ MENINO."
"Eu fui jogar o papel no  lixo, mamãe."
"CÊ QUÉ APANHÁ, SEU MULEQUE ?
"Não pode jogar lixo no chão, mamãe, porque..."
Neste momento, ela lhe deu um beliscão na bochecha (doeu em mim), ele, com lágrimas nos olhinhos e chorando, continuou...
"pode entopir os bueiros e causar enchente !"
"E O QUE É QUE VOCÊ TEM COM ISSO ?"
Entre soluços, a criança respondeu baixinho, já esperando nova agressão:
"Eu não quero que a enchente, leve as casas das pessoas, nas casas têm velhinhos, bebezinhos e animaizinhos indefesos,  
todos podem se afogar"
A mulher deu um "tapa" na cabecinha do garoto:
"CALA ESSA BOCA, VAI ME DIZER QUE VOCÊ APRENDEU, ESSA "FRESCURA" NA ESCOLA...!? ONDE CÊ OUVIU ESSA BABOZEIRA ? NÃO É POR CAUSA DE UM PAPELZINHO
DE NADA, QUE O MUNDO VAI INUNDAR...  SEU MENINO BOBO !
"E se eu morrer...!? você não se importa...!"
...E começou a chorar copiosamente, foram se afastando e eu não consegui mais entender e não pude saber como se deu o fim daquele diálogo, mas,
dava para perceber, que a mulher falava bem alto e de forma agressiva.
No olhar daquela criança inocente, via-se nitidamente, a estampa da decepção, porque daquela, da qual, ele esperava um elogio, um sorriso,
que fosse... jamais o teria, pensava o menino ! Sua mamãe, aquela, a quem ele amava de uma forma sem fim, não se importa com a vida de seres
indefesos e nem quer saber de cuidar do nosso mundo, que é a nossa casa, o único lugar, onde podemos viver, não há outro !
Podem achar que sou uma idiota, mas, não presenciei essa cena, sem chorar e choro sempre que lembro do olhar triste e decpcionado, daquele garoto,
que daqui a alguns anos, será um adulto e Deus queira, que sua mãe, em um momento de grandeza, pare e diga a ele, o quão orgulhosa ela é por tê-lo
como filho.